Essa lua enlutada, esse
desassossego
A convulsão de dentro, ilharga
Dentro da solidão, corpo morrendo
Tudo isso te devo. E eram tão vastas
As coisas planejadas, navios,
Muralhas de marfim, palavras largas
Consentimento sempre. E seria dezembro.
Um cavalo de jade sob as águas
Dupla
transparência, fio suspenso
Todas essas coisas
na ponta dos teus dedos
E tudo se desfez no
pórtico do tempo
Em lívido silêncio. Umas
manhãs de vidro
Vento, a alma esvaziada, um
sol que não vejo
Também isso te devo.
HILST, H. Júbilo, memória, noviciado
da paixão.
São Paulo: Cia. das Letras, 2018.
No poema, o eu lírico faz um inventário de
estados
passados espelhados no presente. Nesse processo,
aflora
o